sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A Eleição para presidência da Câmara e a falta de Espírito Público em Araruna


Câmara de Vereadores de Araruna. Foto: Ivan Rocha
A poucos dias nos deparamos com a seguinte manchete:"EXCLUSIVO: Disputa para presidência da Câmara de Araruna pega fogo", até onde este fogo macula a democracia não podemos calcular, mais do que mal soante, o universo danoso que perpassa nossas mentes com estas palavras é tremenda, sobretudo por estarmos no final do ano de 2012, indo para uma nova legislatura na câmara de vereadores, 2013 se aproxima, e é chegado o momento dos compromissos assumidos publicamente pelos candidatos eleitos no último pleito eleitoral de outubro, serem postos em prática, notadamente pelos vereadores, prefeitos e vice-prefeitos eleitos.

Interessante observar a movimentação política para o inicio destes mandatos "pegando fogo", no caso do  município de Araruna, assim como em muitos outros milhares de municípios espalhados pelo Brasil, uma dinâmica intensa dos vereadores eleitos, discutindo a formação da nova mesa diretora de suas casas legislativas, onde presidentes, vice-presidentes, 1º secretários, 2º secretários, etc.....serão escolhidos.

O que de mal há nisso ? Na teoria, seria um ato comum e necessário, na prática uma enorme movimentação política,  onde alguns, segundo especulações já se manifestaram interessados na vaga de presidente da Câmara de Vereadores de Araruna "Joaquim Cavalcante de Oliveira Lima", a exemplo dos vereadores: Francisco Edinaldo Pontes Martins (Naldo de Zé de Neco) e Carlos Antônio de Souza Teixeira (Toinho Natanael Filho), todos do PMDB.


O grande problema, é que vez por outra surgem comentários na cidade como: "OS VOTOS PARA ESCOLHA DO NOVO PRESIDENTE DA CÂMARA JÁ ESTÃO SENDO NEGOCIADOS", "CUSTARÁ CARO AO PRÓXIMO PRESIDENTE SE ELEGER, CADA VOTO ESTÁ MUITO CARO ", além dos próprios valores dos votos por dinheiro que se ouvem, onde qualquer que sejam os valores enojam a democracia. 

Porém, os cidadãos são cotidianamente informados destas práticas corriqueiramente, e de forma natural ouvem, como se a ética e a moral de uma sociedade não estivesse sendo corrompidas, numa sociedade onde os serviços públicos básicos são precários, estas  informações da movimentação política sem compromisso com os reais problemas da população deveriam deixar perplexa toda uma sociedade, carente de educação, saúde, habitação, segurança, lazer, entre outros serviços públicos. Esta situação ocorre por um motivo: A Falta de Ética e de Espírito Público, sendo de total importância que cada individuo, sobretudo nossos representantes eleitos, deixem de lado seu egoísmo e cumpram seu verdadeiro papel, como membros de uma coletividade.

Pela falta de espirito público toda sociedade paga.
Justamente a falta de Espírito Público, que faz com que práticas de negociações de votos, de forma mesquinha pensando nos interesses particulares, como no caso de escolha de presidente para uma câmara de vereadores aconteça, como o que deveria ser inerente a personalidade do ser humano, aliado ao cumprimento do próprio dever, não fosse levado em consideração por nossos vereadores, pois o espírito público é a capacidade individual de se colocar o bem coletivo a frente de interesses particulares, visando o desenvolvimento da sociedade como um todo.

A negligencia do poder público molda a mentalidade da população, que consequentemente se desinteressa em contribuir também com o progresso coletivo. Desta forma, a falta de interesse de nossos representantes em realizarem ações em prol do bem comum, gera um conformismo na população, já acostumado com as práticas do egoismo e da mesquinharia, onde a satisfação pessoal e o crescimento do "eu" é posto acima do sentimento pátrio e do respeito ao patrimônio público.

O objetivo desta reflexão, não é o de catapultar um julgamento precipitado dos nossos representantes mirins, candidatos a presidência da câmara de vereadores, nem tão pouco apontar que nossos vereadores com direito a voto nesta eleição, cometam práticas viciosas e prejudiciais a democracia, mas, o que é imperioso se ressaltar, é que estas práticas ocorrem infelizmente e tradicionalmente em nosso município  a muito tempo, e que nossos vereadores assim como o poder executivo, devam fazer valer o papel da ética e do zelo pelo que é público em suas  decisões, respeitando a democracia e o povo.

Quando o estado e a sociedade conjuntamente se aliarem na efetivação  de objetivos coletivos,  haverá uma mudança de realidade, certamente se nossos vereadores, que ora se movimentam, visando acordos particulares nesta eleição para presidência da câmara, se movimentassem da mesma forma para solucionar os problemas de nosso município, muito seria realizado pelo povo de Araruna, invés de estarmos neste infindável martírio,  com a falta da ética e do espirito publico, onde todos pagam um preço alto pelo egoismo de cada um.

Wellington Rafael