domingo, 19 de junho de 2011

A história da Praça João Pessoa, Araruna-PB

Se existe uma paisagem urbana que mais intimamente vem a nossa mente quando lembramos nossa querida Araruna, sem duvida nenhuma, uma delas é da Praça João Pessoa, porém, poucos sabem que a mesma já passou por diversas transformações e que já possuiu diversos aspectos distintos a cada época, de gerações, que ali se divertiam, passeavam e viviam muitos momentos de suas vidas, assim como fazemos hoje.

O primeiro aspecto que a praça possuiu, foi a de um terreno vazio, onde ali se encontrava um cruzeiro de madeira ao centro, no ano de 1938, o então prefeito de Araruna, Demóstenes da Cunha Lima, teve a feliz ideia de dar um retoque final a paisagem urbana na cidade, pois já tínhamos uma belíssima igreja matriz e o mercado público (atual centro cultural), já estava em funcionamento, com a construção da praça foi coroada de forma marcante a vocação nobre daquela área da cidade.
Rara fotografia do Antigo Mercado Público vendo-se o largo da matriz ainda sem a praça em 1933.
Fonte: Professor Humberto Fonseca de Lucena.
Aspecto da Praça João Pessoa e do Antigo Mercado em 1953.
Foto: Edite Macêdo
A praça que a priori era denominada: “Praça Argemiro de Figueiredo”, foi inaugurada aos 21 de dezembro de 1938, houve a realocação do cruzeiro, que foi inserido entre outros lugares, ao lado da igreja matriz junto da casa paroquial e depois levado ao cemitério público, onde está até hoje. Vale ressaltar os aspectos primitivos da então Praça Argemiro de Figueiredo:

“[...] possuía dois caramanchões no lado norte. No centro, possuía uma “bombonnière”, cuja parte superior servia de coreto. Delimitando as laterais, as longas jardineiras elevadas a meio metro do solo, feitas de alvenaria, enfeitavam aquele logradouro, cuja iluminação era feita em postes de ferro fundido, moldados com arte, sustentando globos de luz que davam um aspecto de beleza ainda maior.” (LUCENA, 1996, p. 124).
Aspecto da antiga praça "Argemiro de Figueiredo", atual "João Pessoa" no ano de 1938.
Fonte: Professor Humberto Fonseca de Lucena.
Praça João Pessoa com destaque para o antigo estúdio e coreto, com o pavilhão infantil do Grupo Escolar Targino Pereira ao fundo, fotografia da década de 1940. Fonte professor Humberto Fonseca de Lucena. 
Antiga estúdio e bomboniere usada como coreto, popularmente conhecido como "Butijinha" demolida em 1992. Fonte: Professor Humberto Fonseca de Lucena
A praça teve sua denominação alterada por questões meramente políticas, e fora nomeada “Praça João Pessoa”, no dia 1º de março de 1941, pelo prefeito Abelardo Targino da Fonseca, onde em solenidade estiveram presentes, o ex-presidente da república o Dr. Epitácio Pessoa Cavalcanti de Albuquerque e o interventor do estado da Paraíba, o senhor Ruy Carneiro, além de outras autoridades, para homenagear o ex-presidente da Paraíba João Pessoa, assassinado em 1930. Desta forma foi inserido na praça um busto de João Pessoa, onde na placa está escrito: “A JOÃO PESSÔA, ARARUNA”.
Palmeira Imperial plantada em 1939 se destacando na praça João Pessoa.
Fotografia provavelmente de 2001. Fonte: Profº Humberto Fonseca de Lucena. 

Busto do Presidente da Paraíba João Pessoa de Albuquerque, na praça que o homenageia em 2004.
Foto: Professor Wellington Rafael da Silva
Aspecto do atual centro Cultural a Praça João Pessoa durante construção do "calçadão" em 2010.
Foto: Joaldo Costa.

Com o decorrer do tempo, muitas mudanças foram realizadas na Praça João Pessoa, várias reformas ocorreram, como uma no ano de 1992, no fim da segunda  administração da prefeita Wilma Targino Maranhão, onde deve ter sido confundido a palavra reformar com a palavra destruir. A atrocidade criminosa com a história e a memória da cidade com estas intervenções foram maléficas para a praça, pois foi descaracterizada sua originalidade e beleza primitiva, se perdendo o valor histórico, estético e simbólico, que marcaram a geografia urbana da cidade.

Atualmente, foi construída uma espécie de “calçadão” entre a praça e o atual Centro Cultural, aparentava ser uma boa iniciativa, mas que em prática nada acrescentou a este logradouro público. A praça ainda encontra-se descaracterizada e sem nenhum valor estético como outrora, uma nova reforma futura, com vistas ao resgate do valor histórico da cidade e da praça, iria trazer mais vida aquele local, que é um dos palcos do lazer e do entretenimento da cidade, particularmente acredito que algo futurista também faria bem, através de construções kioskes ajudariam, animar nossa Praça João Pessoa e seus frequentadores em geral.

Vista da praça João Pessoa registrada á partir do alto da igreja matriz, notando-se o busto do Pres. João Pessoa em 2010. Fotografia de Joaldo Costa.
Araruna possui atualmente uma bela praça, porém não possui a mesma beleza encontrada no passado, hoje em dia se observa a grande Palmeira Imperial planta em 1939, que com o passar dos tempos se torna testemunha vigorosa das alterações realizadas na Praça João Pessoa, mais mesmo assim uma das mais belas do estado, que sem sombra de duvida tem como beleza principal, a alegria e animação dos jovens de todas as idades que por lá passam e tornam a Praça João Pessoa, assim como a Palmeira Imperial um testemunho de nossa trajetória e momentos marcantes acontecidos naquele local.


WELLINGTON RAFAEL

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Araruna Ingrata: Pereira da Silva & Peryllo D'Oliveira

         O município de Araruna é palco de grandes nomes que estão marcados na história do estado da Paraíba, como A.J. Pereira da Silva e Peryllo D'Oliveira, que engrandecem nossa cidade e região, através de suas obras e seus exemplos de vida. Infelizmente, nota-se um total desconhecimento por parte da população ararunense, acerca destes dois ícones, sobretudo pelas pessoas mais jovens, que não conhecem e portanto não valorizam nossos dois grandes poetas.


           A explicação é simples, Antonio Joaquim Pereira da Silva e Severino Peryllo D'Oliveira são desconhecidos porque são filhos de uma terra que para com eles é INGRATA, pois tanto bem  fizeram a cultura, a arte e a história paraibana e NÂO recebem de acolhimento o merecido reconhecimento e gratidão, o que ocorre é um total abandono e distanciamento da história de ambos com a realidade e a conjuntura social de Araruna.
           Primeiramente, as gestões administrativas que governam nossa cidade nunca tiveram tanto interesse de relembrar nossos poetas, a própria forma como nossas escolas agem e se desenvolvem, vão de total esquecimento destes que foram grandes nomes e grandes homens do mundo das letras.
          Há uma incoerência enorme, onde vemos que Pereira da Silva foi membro da Academia Paraibana de Letras, e o primeiro paraibano membro da Academia Brasileira de Letras, Peryllo D'Oliveira fora também membro da Academia Paraibana de Letras, onde ambos possuem méritos e títulos nobres e honrosos e que nós ararunenses deveríamos encher nosso peito e conclamar todo orgulho de nossos conterrâneos.
         Existem sim umas ruas com as denominações dos dois poetas, e nossa pobre biblioteca municipal ainda carrega o nome de Pereira da Silva, assim como uma justa homenagem em nosso brasão, mais eles merecem muitos mais do que isso.

      Infelizmente, o que se observa, é que NÃO EXISTE uma única escola onde se homenageiem estes dois mestres do saber em nosso município onde notamos, que são detentores das nomenclaturas de nossas instituições de ensino pais, familiares, padrinhos, madrinhas ou políticos famosos, que muitas vezes não possuem nenhum vinculo com a educação em si, e se esquecem de um Pereira da Silva ou de um Peryllo D'Oliveira.
          Talvez seja, por serem de origens humildes, e não possuírem coronéis na família ou um sobrenome de peso ou nunca fizeram parte da elite abastada ararunense. A maior verdade é que por terem vindo de famílias humildes, não mediram esforços para conquistarem seus objetivos e através da educação venceram todos os obstáculos.


        Por mais que muitos os esqueçam e a juventude não os conheça, eles são e serão os IMORTAIS das Academias, recinto privado e reservado, mérito e honra para poucos, e suas reminiscencias e recordações, além dos modos de vida e sobretudo o exemplo de acreditar nos seus ideais e sonhos através da educação jamais morreram. Portanto, Pereira da Silva e Peryllo D'Oliveira, meus agradecimentos em nome de nossa amada Araruna, pois suas obras nos servem e nos ajudam a guiar caminhos, mesmo que muitos sejam ingratos, o que mais importa é o prazer de uma missão cumprida, portanto OBRIGADO!

 Wellington Rafael