quarta-feira, 27 de abril de 2011

UEPB – da decepção aos indicativos de greve


É imprescindível que em pleno século XXI, atitudes ditatoriais sejam tomadas, principalmente quando se tratam de questões totalmente prejudiciais a instituições que tanto fortalecem e enriquecem o nosso querido e amado estado da Paraíba, me refiro aos gestos tomados pelo executivo estadual contra a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

Este evento ocorre após a tão sonhada autonomia financeira concedida através da Lei nº 7.643, de 6 de agosto de 2004, sancionada pelo governador Cássio Cunha Lima, onde a UEPB inaugurou uma nova fase em sua história.

O mais impressionante, é que o mentor intelectual dos atos ditatoriais, é nada mais nada menos, que Governador Ricardo Coutinho, que em sua vida estudantil e publica tanto disse defender a universidade, de onde o mesmo foi líder estudantil participando de diversas manifestações e até greves de forma ativa, liderando movimentos em favor da melhoria do ensino superior no estado da Paraíba, porém quando o mesmo tem o poder de fazer com que as coisas aconteçam à história é diferente.

 Torçamos que o mesmo amoleça seu coração e não decepcione os acadêmicos da UEPB, que tanto depositaram expectativas positivas no mesmo, caso contrário a greve ocorrerá, pois direitos adquiridos não podem ser perdidos. Desta forma teremos apenas a certeza e a tristeza do retrocesso e da decepção ao governador Ricardo Coutinho.

Este indicativo de uma futura greve deve-se ao descumprimento do repasse do duodécimo salarial que ocorreria ao passar do dia 1º de janeiro de 2011, onde apenas 60% do percentual que é de direito da Universidade Estadual da Paraíba está sendo cumprido, além dos repasses do ano passado, também não efetuado aos servidores estaduais, que contabilizam cerca de 700 funcionários e mil professores distribuídos nos 7 campi da UEPB na Paraíba: Campina Grande, Lagoa Seca, Guarabira, Catolé do Rocha, João Pessoa, Monteiro, Patos e Araruna.

Parabéns a todos os que sentiram conclamados a participar dos eventos e manifestações que cortaram todo estado da Paraíba neste dia 27 de abril de 2011, especialmente aos bravos universitários do campus VIII em Araruna, que mesmo sendo o mais recente mostrou que a força da voz e das atitudes em beneficio do bem estar da população em geral, através da UEPB ecoa mais alto que qualquer gesto de tirania.

Como discente desta instituição me sinto no total direito de externar meu repudio a gestos mesquinhos e pequenos, contra nossa amada UEPB, que tanto contribui para o desenvolvimento do estado, através de suas formações e pesquisas cientificas, onde seus acadêmicos respeitam os recursos adquiridos através mediante pagamento de impostos do trabalho e sofrimento do batalhador povo da Paraíba.

Wellington Rafael

terça-feira, 26 de abril de 2011

Conheçam a cidade de Araruna no Paraná



Poucas pessoas sabem, mas existe um município chamado Araruna  no estado do Paraná, tal qual a  Araruna na Paraíba, ambas denominadas na língua tupi: "ARARA UNA". É um fato interessante, pois mesmo diante das diferenças geográficas e históricas, ocorrem também muitas dinâmicas  em comum nos dois municípios, além da coincidência do mesmo nome, como o fato de ambas estarem no interior de seus estados, vale ressaltar que por possuírem a mesma denominação já ocorreram por diversas vezes casos de erros de correspondência e entrega de produtos equivocadamente, ou algo semelhante pela coincidência do nome.

O município de Araruna, no estado do Paraná, está localizado na Mesorregião Centro Oriental Paranaense e na Microrregião de Campo Mourão, possuí uma população estimada de acordo com dados populacionais do IBGE do ano de 2005 de 13.516 habitantes (Araruna - PB, 18.886 habitantes, IBGE 2010), encontra-se a uma altitude média de cerca de 610 metros acima do nível do mar (Araruna - PB, entre 590 a 600 m). 

Bandeira de Araruna - PR
Brasão de Araruna - PR
Assim como no município de Araruna - PB, que foi denominado ao homenagear uma ave, no caso a arara una (Anadorhynchus hyacinthinus) (Lath.), a cidade xará do Paraná também recebeu esta denominação “Araruna”, que significa "Arara Negra", porém a ave em questão era outra, na região de Araruna - PR circundavam muitos anus-pretos, e os mesmos serviram para batizar o então pequeno vilarejo como Araruna.

Anu-preto, ave que influenciou na denominação do município.
O município de Araruna - PR, encontra-se situado numa distância de cerca de 480 km da capital do estado do Paraná, Curitiba. Faz divisa com os seguintes municípios: Jussara (Norte); Terra Boa (Nordeste); Peabiru (Leste); Campo Mourão (Sudeste); Farol (Sul); Tuneiras do Oeste (Sudoeste); Cianorte (Oeste). Sendo Araruna polarizada principalmente pelo município de Campo Mourão, que apresenta grande índice de imantação urbana, devido a seu comércio e serviços disponíveis, polarizando então nossa cidade irmã Araruna - PR.

Localização Geográfica de Araruna do Paraná
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Parana_Municip_Araruna.svg

O território do município de Araruna - PR, foi a priori povoado por grupos indígenas de uma época pré-cabralina, logo após o descobrimento do Brasil, onde padres jesuíta que se infiltraram no interior do pais para sua missão de catequizar as populações nativas a serviço da Coroa Portuguesa. Os caminhos de Araruna serviam como rota para o município de Peabiru ligando o Litoral Brasileiro a região do Chaco no Paraguai.

Esta rota serviu para o despertar do interesses de diversas famílias que posteriormente iriam povoar  e trazer o desenvolvimento a Araruna, a partir de 1948, com a chegada das famílias de Paulo Toledo, João Antônio Rodrigues, Ernesto e João Martins Tavares, Sebastião Inácio de Faria, José Maria de Faria, Joaquim Emídio de Faria e tantos outros pioneiros que o povoado começou a crescer, formando as primeiras lavouras de café e cereais da região, que somente aos 27 de janeiro de 1959,  por meio da Lei Estadual № 253, foi criado o Município de Araruna. A instalação, contudo, se deu em 29 de novembro de 1955.    

Centro de Araruna, Igreja Matriz de Santo Antonio.
Fonte: http://www.panoramio.com

atividade agropecuária é bastante enraizada em Araruna, onde se verifica muita tradição nas culturas de milho, trigo e soja, e uma boa desenvoltura no setor terciário, onde diversas pequenas e médias industrias estão instaladas na cidade, sobretudo recebendo incentivo dos próprios ararunenses que se sentem no dever de ajudar sua cidade a crescer e desenvolver. 

Detalhe interessante no que se refere a política local, é que da mesma forma em que Araruna na Paraíba apresenta históricas e acirradas disputas eleitorais entre os grupos intitulados "jacarés" (PMDB - 15) e "gatos" (PTB - 14), que dividem a cidade em cores e bandeiras, acontece o mesmo em Araruna do Paraná onde "periquitos" (PMDB - 15) e "borboletas" (PPS - 23) se digladiam durante os processos eleitorais deste município, resultado claro das influências políticas de determinados grupos sobre as populações sobretudo pobres dos dois municípios de interior.

Assim como as ararunas de Araruna - PB e os anus-pretos de Araruna - PR, sobrevoavam os céus, também assim foi dinamizada este  artigo, na certeza que ambos os municípios tem muito em comum além do nome, pois ambas estão inseridas no interior de seus estados, e apresentam forte vocação para o progresso, além de sua gente forte e trabalhadora, por tudo isso em nome dos ararunenses da Serra da Araruna, uma saudação a nossa cidade irmã e seus munícipes ararunenses dos Caminhos de Peabiru.

Em seguida diversas imagens do município de Araruna - PR:


Portal de Boas vindas, Araruna - PR
Fonte: http://www.araruna.pr.gov.br
Portal de Entrada - Araruna - PR
Fonte: http://www.marcalimoveismga.com.br


Casa da Cultura
Fonte: http://www.araruna.pr.gov.br
Estádio Municipal
Fonte: http://www.panoramio.com
11º Batalhão de Polícia de Araruna
Fonte: http://www.panoramio.com
Escola Estadual 29 de Novembro
Fonte: http://www.panoramio.com
Ginásio de Esportes "Zé 14"
Fonte: http://www.panoramio.com
Igreja Católica Diaconia
Fonte: http://www.panoramio.com
Avenida Presidente Vargas
Fonte: http://www.panoramio.com
Câmara Municipal
Fonte: http://www.panoramio.com
Prefeitura Municipal de Araruna - PR
Fonte: http://www.panoramio.com
Creche Pequeno Príncipe
Fonte: http://www.panoramio.com
Igreja Matriz de Santo Antonio
Fonte: http://www.panoramio.com
Praça enfeitada com Arara e os dizeres: "Araruna - o nosso orgulho."
Fonte: http://www.marcalimoveismga.com.br
PR-465 Araruna sentido Peabiru
Fonte: http://www.panoramio.com
                           
                   Cachoeira
                   Fonte: http://www.panoramio.com

Wellington Rafael

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A Pedra da Caveira, Araruna/PB

Situada no Parque Ecológico Estadual da Pedra da Boca, vizinho ao Sítio Água Fria, no município de Araruna-PB, a Pedra da Caveira faz parte de um complexo rochoso de composição granítica porfirítica, possuindo vestígios de gnaisses e quartzitos apresentando umas faces arredondadas, assim como as demais rochas do parque.
Assim como muitas pedras famosas no parque ecológico, a Pedra da Caveira chama atenção, por seus formatos distintos, que impressionam  quem a vê. Porém esta denominação “Pedra da Caveira” é recente, antes moradores de Araruna e arredores a conheciam por “Pedra do Anselmo”, pois, havia um senhor chamado Anselmo, morador da Água Fria, que praticamente morava na rocha. Contam os habitantes do povoado local, incluído na área do parque ecológico, que o Senhor Anselmo passou quase que toda sua vida subsistindo nas proximidades da rocha, se alimentando, dormindo e tendo praticamente todas as suas atividades normais nela, como se fosse sua verdadeira casa. Mesmo após a morte deste homem já bem idoso, tendo mais menos uns 80 anos de idade, o local já estava batizado empiricamente pelas pessoas como “A Pedra do Anselmo”.
Com a criação do Parque Estadual da Pedra da Boca no ano 2000, e o incremento da atividade turística na região e o falecimento do Anselmo que os visitantes novos não conheceram, a rocha teve sua denominação praticamente rebatizada, pois realmente aparenta aos que tem imaginação, características que se aproximam a uma face humana, com boca, olhos e nariz, mais precisamente a um crânio. Esta rocha que é uma das mais famosas do Parque, de Araruna e por não dizer da Paraíba, fica lado a lado com a majestosa Pedra da Boca que empresta o nome ao Parque.
Embora o Senhor Anselmo já tenha falecido, e a rocha seja conhecida por outro nome, é impossível aos habitantes do local não associá-lo a rocha, mesmo depois de sua morte, alguns chegam até a dizer que a rocha possuí a face do Anselmo, e que sua alma circunda a Pedra da Caveira, assombrando quem se aproxima de seu lugar preferido no mundo, onde lá morava, lá pensava, lá sonhava. 

Wellington Rafael

terça-feira, 12 de abril de 2011

Parque Estadual da Pedra da Boca – Encanto, beleza e potencial econômico

Pedra da Boca - Araruna - PB

Situado no município paraibano de Araruna, na microrregião do Curimataú Oriental, o Parque Estadual da Pedra da Boca é uma reserva ecológica e ambiental que apresenta um dos mais importantes patrimônios geológicos do estado da Paraíba e do Brasil, possuindo uma área de cerca de 160 hectares na zona rural de Araruna, onde também se encontra a povoação rural de Água Fria, sendo um lugar que encanta a todos que o visitam por suas mais diversas belezas.
Complexo rochoso do Parque Estadual da Pedra da Boca, Araruna, Paraíba.

O Parque da Pedra da Boca foi criado pelo decreto nº 20.889, aos sete de fevereiro do ano 2000, pelo então governador da Paraíba o senhor José Targino Maranhão, e localiza-se num acidente geográfico de inavaliável valor natural e geológico, incrustado entre os contrafortes da Serra da Confusão e da Serra de Araruna, na divisa dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte, que embora separados pelo rio Calabouço, são intimamente ligados, onde os mesmos contemplam em conjunto as suas agradáveis paisagens, principalmente a famosa Pedra da Boca, que se destaca diante outros afloramentos rochosos, como a grande atração da reserva ecológica da qual lhe empresta o nome.
Merecem serem destacadas no parque as manifestações folclóricas e culturais que circundam o imaginário dos habitantes da região, onde lendas e crenças fazem parte de sua rotina, e transformam em destaque a oralidade das pessoas do lugar que contam suas histórias, grande exemplo é o do muito conhecido senhor Francisco Cardoso de Oliveira, popular “Seu Tico”, que é nativo do lugar e  reside aos pés da Pedra da Boca, servindo muitas vezes de guia do parque para universitários e turistas, sendo conhecedor de trilha e de lendas das quais transmite como muito gosto aos visitantes a exemplo das lendas da Serra da Confusão, da “Espingarda de Ouro” e  do “Galo Encantado”.

Aspectos da Pedra da Boca, Pedra da Caveira, Pedra do Rn, e  prática de rapel.

As atrações do parque atraem milhares de turistas nacionais e internacionais todos os anos, de onde os quais têm como opção as práticas de turismo das mais variadas modalidades, de acordo com os mais variados gostos, a exemplo de turismo de contemplação, ecológico, aventura, religioso, além de ser campo de estudo acadêmico científico de geógrafos, historiadores, arqueólogos de todo Brasil.
O Parque além de apresentar afloramentos rochosos magníficos como a Pedra da Boca, Pedra da Caveira (Pedra do Anselmo), Pedra do RN, Pedra do Carneiro e Pedra do Letreiro, para citar algumas, ainda apresenta um valiosíssimo acervo de inscrições rupestres, que são os vestígios dos passos dos indígenas que habitavam estas regiões serranas de Araruna e circunvizinhança potiguar, localizados na Pedra do Letreiro, onde também se encontra o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, que atrai muitas pessoas para suas tradicionais missas a todo dia treze de cada mês e em especial no mês de maio onde milhares de pessoas, visitam o parque e nele vêm depositar sua fé.
O Parque Estadual da Pedra da Boca apresenta paisagens naturais fabulosas que encanta quem o contempla, seu potencial turístico econômico é gigante, embora falte um despertar de consciência publico/privada de Araruna e do estado da Paraíba, pois o local é viável e carece de muito mais investimentos para o desenvolvimento das populações locais, de mais divulgação para que se alie o desenvolvimento econômico associado a preservação do meio ambiente, e para que cada vez mais pessoas tenha acesso a esta maravilha que Deus concedeu e deixou brotar no chão no município de Araruna.

Wellington Rafael

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Conheça a rica história da Igreja de Santo Antonio



Marco inicial da fundação de Araruna, a antiga Capela de Nossa Senhora da Conceição, representa por si só um patrimônio de inestimável valor histórico e estético, com seu estilo arquitetônico barroco rural religioso do século XIX.


A antiga Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, atual Igrejinha de Santo Antonio, foi marco inicial da urbanização da cidade de Araruna. Foi nela depositada a fé de um homem, que por volta de 1845, havia feito promessa a Imaculada Conceição, padroeira da cidade, este homem era o Senhor Feliciano Soares do Nascimento, vindo de Jacu dos Órfãos no Rio Grande do Norte, fez uma promessa a santa, da qual se fosse concedida graça ergueria uma capela em sua homenagem no alto da Serra de Araruna, tarefa difícil devido ao isolamento do local a época.
Sobre esta construção parece ter havido inicialmente uma primeira capelinha que com o decorrer dos anos foi sendo ampliada e melhorada até adquirir a forma ostentada até hoje.
Foi com certeza o marco inicial da urbanização da cidade, pois foram em seu redor edificadas as primeiras casas, Araruna neste tempo não possuía plano diretor municipal, as casas não seguiam regras de alinhamento, apenas obedeciam às imposições da topografia do local. Em redor da então Matriz da Conceição, eram realizadas as feiras do município, a imponência da Igreja de Santo Antonio era tão forte, que nem mesmo a construção da nova Matriz foi capaz de lhe tirar a preferência da companhia do povo de Araruna, as pessoas teimavam em construir suas casas em direção em sentido norte/sul, em direção a atual Rua Perilo de Oliveira, onde se encontra o cemitério e em direção da saída a Cacimba de Dentro, fato este que deixava a matriz nova isolada, tendo a população que ascender tochas e cortarem mato para chegarem na nova igreja, que foi inaugurada no ano da emancipação política de Araruna (1876). Isolamento este que findou após a construção do Mercado Publico, atual Centro Cultural de Araruna.
A paisagem urbana mais remota de Araruna era o da Igrejinha junto ao cruzeiro, este que tinha de cada lado duas filas de casas (que até hoje se encontram), deixando no meio um largo, o famoso “Largo da Igrejinha”, que compôs a primeira rua do povoado, no lugar deste cruzeiro em 1966, foi construído um parque infantil, e mais tarde na década de 90 uma escola municipal, que descaracterizou de vez a visão mais definidora da geografia humana de Araruna. Este cruzeiro foi recuperado e atualmente está posto ao lado da matriz de Nossa Senhora da Conceição em frente à Praça João Pessoa.
O prédio foi restaurado e salvo da destruição causado pelas mazelas e corrosão do próprio tempo, quando que pelo Decreto nº 20.472, de julho de 1999, o governador do estado, o senhor José Targino Maranhão, homologou a Deliberação nº 0019/99 do Conselho de Proteção dos bens Históricos Culturais –CONPEC, declarando o Tombamento da Igreja de Santo Antonio, patrimônio do povo de Araruna e da Paraíba.

Wellington Rafael

Peryllo Doliveira – vida e obra do poeta, ator e pintor

    Severino Peryllo Doliveira nasceu em um distrito do município de Araruna no ano de 1898, era filho de Almeno Peryllo de Oliveira e Josefa Maria de Oliveira, considerado um dos patronos da Cademia Paraibana de letras, foi um rapaz de muita imaginação e mente fértil, saiu de Araruna aos seus 15 anos de idade, vislumbrado por uma Companhia de Variedades, além de atraído por uma atriz italiana chamada Irene Conceptini, trabalhou em diversas companhias artísticas do Nordeste brasileiro e depois todos os palcos nacionais.

    Sua vida sofrida de ator não impediu de percorrer de Minas Gerais á Paraíba apresentando sua obra. Apresentou-se no Teatro São José No Rio de Janeiro estreando nos palcos cariocas no ano de 1917. Chegou a Paraíba quase anônimo mesmo tendo se apresentado em importantes palcos como Trianon e República, ao lado de grandes nomes como: Amália Capitani, Irene Conceptini, Cândida Palace, Ferreira de Souza, Leopoldo Fróes, todos eles, nomes consagrados nos palcos.
Publicou seus primeiros versos na revista ‘Era Nova’, marcando época na vanguarda do famoso movimento modernista, que agregava nomes como Américo Falcão, José Rodrigues de Carvalho, José Américo de Almeida, Ademar Vidal, Eudes Barros, Sinésio Guimarães, Silvino Olavo e outros. Em 1925, publicou seu primeiro livro “Canções que a vida me ensinou”, que fez tanto sucesso que ganhou até uma versão em espanhol, publicada na Argentina.

    Em 1927 acontece um encontro histórico, encontra-se no rio de Janeiro com o também poeta de Araruna, seu conterrâneo Pereira da Silva. Voltou à Paraíba e fez excursão ao Norte recebendo no Pará uma verdadeira consagração às suas qualidades de poeta e ator. Com o mesmo êxito foi recebido no Amazonas.
Alinhando-se ao “Espírito Renovador”, publicou em 1928, a considerada sua melhor obra: "Caminhos Cheios de Sol". Em 1929, retorna para morar de vez na Paraíba, pois se sentia doente, uma tuberculose já milhava em seu peito, foi tentar viver uma vida modesta longe dos palcos trabalhando de secretário do Governo da Paraíba, de onde dedicou sua última obra “A Voz da Terra”, ao presidente da Paraíba João Pessoa.
    
    Já em 1930, foi morar com sua mãe, falecendo ás primeiras horas do dia 26 de agosto de 1930, no bairro de Jaguaribe na capital do estado, alguns poucos amigos acompanharam-no ao cemitério, de onde falou o poeta Leonel Coelho despedindo-se. Deixou importantes obras como: Canções que a vida me ensinou (1925), Caminhos Cheios de Sol (1928), A Voz da Terra (1929).
    Peryllo Doliveira é mais um exemplo de que a educação aliado do talento e da coragem de realizar seus sonhos são uma importante arma para se ser feliz, pois rompeu barreiras como a pobreza e o preconceito por ser mulato, e que embora tenha morrido muito jovem (32 anos) viveu intensamente e foi feliz. Peryllo é patrono da cadeira 25 da Academia Paraibana de Letras.

Wellington Rafael

Conheça a Serra da Confusão em Araruna


Localizada no município de Araruna-PB, a Serra da Confusão fica próxima do Rio Calabouço, que divide as fronteiras entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte, bem próxima ao Parque Estadual da Pedra da Boca, é vizinha da Serra de Araruna, onde se localiza a sede do município. Entre essas serras encontra-se incrustado um conjunto rochoso de composição granítica porfirítica, com vestígios de gnaisses e quartzitos, que possuem faces arredondadas e extensas caneluras que vão do cume ao chão.
Foi pela Serra da Confusão que os primeiros desbravadores do então chamado “sertão desconhecido”, vindos do estado do Rio Grande do Norte, adentraram nas terras do Curimataú paraibano, eram vaqueiros, caçadores ou simples viajantes, onde entre eles pode se citar o potiguar Feliciano Soares do Nascimento, que é considerado o fundador de Araruna.
Como era um lugar não explorado e, portanto não conhecido, era de difícil acesso, pois além de se aventurarem pelos caminhos do Rio Calabouço em sua travessia, acabavam encarando as gigantescas e até míticas rochas do local, como a Pedra da Boca e a Pedra da Caveira (Anselmo), por meio de mata densa, e a risco de toda sorte, devido os perigos de se infiltrarem em local de mata fechada, além de ser um local povoado por índios das tribos tarairius, fora sua fauna e flora desconhecidas. Talvez as simpáticas araraunas (Anadorhynchus hyacinthinus, aves que deram origem ao nome Araruna) que eram abundantes na região, a época, amistosas e belas faziam do local atrativo e aparentemente seguro, iludiam os aventureiros, que se sentiam convidados a entrar, para conhecer mais a fundo o local.
Porém, a Serra da Confusão era e é até os dias de hoje, local de encanto e de lendas. O Próprio significado de seu nome, batizado por estes desbravadores potiguares, veio justamente pelo fato de suas tentativas de infiltração no território paraibano.
Exemplo disto são as várias histórias e lendas que se contam como, por exemplo, de que os índios que habitavam estas serras ararunenses eram antropófagos, ou seja, canibais, que abatiam os homens a eles “estranhos” e se alimentavam de seus corpos, outras versões contam que animais monstruosos afugentavam os visitantes inóspitos, fora versões de que as rochas, principalmente as famosas Pedra da Boca e da Caveira devoravam os desconhecidos com suas enormes bocas. Com tantas versões ficou apenas uma certeza havia uma verdadeira CONFUSÃO! E por não saberem o porquê de tantos sumiços e desaparecimentos de homens ao entrarem nesta serra ficou assim batizada a encantadora serra de “Serra da Confusão”, linda aos olhos e um labirinto cheio de fantasias, histórias e lendas para quem não conhece!

Wellington Rafael